Efeitos das Novas Tarifas de Trump no Comércio Mundial

Data de publicação: 7 de abril de 2025

O Comitê de Investimentos do Ibprev, reuniu-se hoje para analisar os efeitos do mercado econômico global sobre a carteira de investimentos deste RPPS. Em conjunto com o economista da consultoria de investimentos SMI, apresentamos as seguintes informações:

Tarifas de Trump: Protecionismo e seus Reflexos no Comércio Mundial

SMI Consultoria | 07-04-2025

A política tarifária anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, batizada de “Dia da Libertação”, busca corrigir desequilíbrios comerciais, aumentar a arrecadação e impulsionar a reindustrialização norte-americana. Lançada em 2 de abril de 2025, a medida introduz tarifas que começaram a ser aplicadas a partir do dia 5.

O plano traz o conceito de tarifas recíprocas, que na teoria, espelhariam as taxas cobradas por outros países sobre produtos norte-americanos. Na prática, resultou em uma tarifa mínima de 10% para todos os países com relações comerciais com os Estados Unidos, incluindo o Brasil, e taxas mais altas para nações com maiores desequilíbrios, como China (34%), União Europeia (20%), Índia (26%) e Japão (24%).

O risco associado à política tarifária é que ela pode aumentar preços, prejudicar o crescimento e dificultar o planejamento das empresas diante do cenário incerto. As cadeias de produção globais exigem tempo para se reorganizarem às possíveis mudanças estruturais da economia e os custos tendem a recair sobre os preços finais de venda.

A reação internacional intensificou os temores de recessão global. A China, por exemplo, respondeu com tarifas de 34% sobre produtos norte-americanos. A imprevisibilidade da política de Trump – marcada por discursos ora duros, ora conciliatórios – dificulta as projeções dos agentes de mercado. Detalhes ainda estão sendo ajustados, o que reforça a percepção de risco nos mercados, com quedas significativas nos mercados financeiros. Embora os benefícios de longo prazo sejam possíveis para a economia dos Estados Unidos, a transição será bastante desafiadora, algo já observado nos dados de produção e confiança dos consumidores.

A preocupação já alcançou o Federal Reserve, que por meio do seu presidente, Jerome Powell, expressou mais cautela diante de um risco de pressão inflacionária persistente. Assim, enquanto os benefícios de longo prazo permanecem incertos, os custos imediatos já são sentidos.

Igor Almeida – MsC | Economista SMI

IBPREV

O Comitê de Investimentos já acompanhava os efeitos da política econômica do novo governo dos EUA, em março realizou algumas movimentações para mitigar riscos, principalmente na renda variável.

Reduzimos a exposição em renda variável aproximadamente 4% da carteira, nos fundos de índice de bolsa (Ibovespa) e posições BDR e S&P500.

Conjuntamente as alocações focaram a compra de títulos públicos (NTN-b), com aquisição em taxa média de IPCA+ 7,4%a.a., vencimentos de longo prazo (2045-2050-2055).

Finalizamos o mês com a carteira em Renda Variável 5%, diversificada, contando com fundos descorrelacionados aos índices gerais de bolsa.

MARÇO FEVEREIRO MOVIMENTO
RENDA FIXA 110.402.544,99 30,13% 29,90% 0,23%
RENDA VARIÁVEL 7.214.543,53 1,97% 4,20% -2,23%
Exterior 1.916.642,87 0,52% 0,60% -0,08%
Multimercado 9.889.305,02 2,70% 4,30% -1,60%
TP 237.057.302,08 64,68% 61,00% 3,68%
TOTAL 366.480.338,49

Comitê de Investimentos IBPREV.

 

Anexos